Direito Contraditório e Ampla defesa

sábado, 20 de julho de 2013

“12 homens e uma sentença”.


Atividade: Resumo - Simples e Crítico

Informações Técnicas:
Doze Homens e Uma Sentença (Twelve Angry Man) é um filme norte-americano produzido por Sidney Lumet e escrito e dirigido por Reginald Rose. Foi lançado originalmente em 1957 e tem como destaque os atores Henry Fonda, Martin Balsam, Jee L Cobb e Jack Warden.
Resumo simples:
Palavra Chave: Assassinato - julgamento
Entram doze homens em uma sala empobrecida, contendo no meio, uma mesa retangular com 12 cadeiras de madeira velha gastada pelo tempo, com janelas estreitas e compridas quase chegando ao teto, um pequeno ventilador na parede. Num dia quente, esses homens se reúnem a fim de decidirem o destino de um pobre e jovem rapaz de apenas 18 anos de idade, com uma vasta lista de sofrimentos e perdas em seu caminho. Condenado por assassinato de seu pai, agora o que lhe resta em sua vida, é a tomada de decisões destes 12 homens que se encontravam ali como papel de jurados. Que se reuniram em uma breve conversa, já chamando o relator para dar-lhe a resposta do caso. Então começam a votação, onze homens foram unânimes da resposta, votaram a favor da condenação, mas houve um que votou contra. Como houve este impasse, todos os onze, perguntaram o porquê da decisão contrária. Davis, assim era seu nome, respondeu que não sabia, pois não tinha uma ideia, ou convicção formada. E nisso, começaram a discutir o caso, cada um com seu argumento. E todas as vezes que se reuniram para votarem, aumentava o número dos contra a condenação, houve atritos entre eles, muito bate-boca, revoltas, insultos, calor abafado da sala e o impasse da votação, contribuíram para a revolta de alguns. Por certo momentos se calaram, mas logo voltaram a questionar os motivos da condenação. O Sr. Davis apresentou uma faca, idêntica a que foi encontrada na cena do crime, curiosos perguntaram-lhe onde ele teria comprado àquela faca, respondeu que foi no mesmo bairro onde o rapaz mora. Ficaram um pouco apreensivos, pois disseram a eles que não existia faca igual aquela em lugar algum. Começaram de novo a discutirem...  E logo em seguida iniciaram uma nova votação, para surpresa de todos, mais uma vez aumentou o número dos contra a condenação, havendo desigualdade. Um deles questionou as testemunhas contra o réu, e perceberam que elas estavam mentindo, chegando a seguinte conclusão: Uma das testemunhas era um senhor já velho e cansado pelo tempo, que arrastava uma perna ao andar, outra era uma senhora também de idade avançada, que na vaidade de sua velhice queria aparentar-se  mais jovem, pois não usava óculos no momento do interrogatório. E eles perceberam o que ninguém percebeu, nem mesmo os advogados de defesa, pois o velho tinha certa dificuldade ao andar, e a senhora usava óculos, dai concluíram que nem o senhor de idade e nem a mulher viram, coisa alguma, pois os mesmos, nos determinados lugares onde estavam, no momento do crime, não podiam enxergar o que acontecera. Dessa argumentação, começaram pela última vez a votação, onde onze deles votaram contra e restando apenas um, e chegando sua vez, ficou calado apreensivo, nervoso, este era o mesmo, que desde o início aparentava uma pessoa desiquilibrada. Como todos unânimes, olhando para ele, aguardavam a resposta de seu voto, e não suportando a pressão se desarmou em prantos, votando contra a condenação. Nesse momento dez saem da sala ficando apenas Davis, que vai até ele e o abraça dando seu apoio moral, em silêncio os dois saem da sala.
Resumo crítico:
O que vi no Filme, foi uma sequência de erros. Doze homens julgando um rapaz de 18 anos, por assassinato de seu pai, inocente ou culpado, rapaz este que tivera um passado infeliz, perdera sua mãe muito cedo, apanhava de seu pai e ainda tivera algumas passagens pelo reformatório, vinda de uma família pobre e desestruturada. Dai, surge um preconceito em alguns dos jurados. Todos teriam que ser unânimes no julgamento, essa era a regra. Mas o que vi foi o seguinte: Homens desqualificados, sem conhecimento algum em perícia criminal. Cidadãos comuns, sem malícia, e interesse para apurar fatos importantes para um julgamento.  Alguns ou quase todos, ao reunir-se para discutirem sobre a questão, e votar, não pensaram, e o condenaram em primeira instância não se preocupando em analisar o fato ocorrido. Pois o que importava para quase todos, era terminar logo com aquele julgamento. Salvo, apenas um que se mostrou preocupado com a situação, ponderando melhor seu pensamento, argumentando o motivo do seu voto e levando aos outros a pensarem e mudarem de opinião. Houve uma desordenação total, a sala sem ventilação, havendo um calor infernal, passando assim horas, em situações alteradas, chegaram a se agredirem verbalmente em momentos angustiante e de desconforto. E não bastando tudo isso, teriam que decidir o julgamento de um rapaz de 18 anos. Na primeira votação o homem que inocentou o réu, era um arquiteto, que se chamava Davis, percebi que ele tinha certo conhecimento, e inteligência, usou desse conhecimento que possuía na arquitetura e, transferiu de certo modo para aquele caso, buscando algo mais forte, que o convencesse de que o rapaz era culpado. A Constituição foi falha nesse sentido, aqueles homens eram inexperientes para julgar um crime, o que importava para eles era receber pelo que estavam fazendo e aproveitar o resto do dia. Não havia nenhuma responsabilidade séria, e isso é algo de se pensar. Quantas pessoas possam estar hoje atrás das grades por falta de interesse maior, ou até mesmo por falta de conhecimento de causa, de alguns jurados. Uma coisa é sabida, que eles – os jurados têm acesso a todas as informações e podem fazer acareações, reconhecimento e coisas, mas o desinteresse ou a falta técnica do assunto leva a muitos optarem pela decisão de (Maria vai com as outras), ou até mesmo pela aparência física superior de alguns jurados. Isso aconteceu no filme, pois quando se reuniram para votar, houve a mesma sentença em sequência, aliás, da para perceber que alguns iam dizer o inverso, mas, por motivo coercivista do olhar de alguns, seguiram a maioria. Um fato interessante que me chamou a atenção foi do último jurado, que não admitia mudar a sua opinião, relutou contra si mesmo, e em prantos inocenta o réu. O tempo todo do filme ele se apresenta alterado e reprimido. O filme abre nossos olhos, a enxergar um lugar onde não devemos julgar segundo as aparências e ter mais consciência do que falamos e fazemos a respeito do ser humano, para o bem de todos.