Direito Contraditório e Ampla defesa

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Sistema judiciário brasileiro





As mazelas ocorridas dentro dos tribunais continuam as mesmas de 2003, como relata no filme da Maria Augusta Ramos “Justiça”.
Analisando o filme, e o sistema atual da justiça, percebemos que não houve melhoras significativas, para que possamos destacar como exemplo.  No filme percebemos que
As irregularidades estão visíveis, a olho nu, e ninguém a defronta com elas, como por exemplo, policiais prendendo cadeirantes com alegação que pulou um muro de mais de 2 metros de altura, Ministério Público denunciou tentativa de furto de óleo de pele, precisando o defensor fazer alegação final para convencer o juiz que tentativa de furto não dá cadeia, substancia apreendida não constava nos autos de prisão em flagrante, juiz indo para casa a mercê da violência, trânsito caótico sem escolta policial.

Hoje ainda no nosso pais,  nem todos os juízes possuem escolta policial, funcionários do judiciário adoecem, por falta de condições adequadas para o desempenho de suas atividades, ainda existem em alguns lugares, fóruns improprio para determinada atividades, prateleiras super lotadas de processo parados por falta de funcionários competentes para dar andamento ou auxiliar partes, o juizado especial, veio para desafogar esses cartórios judiciais, mas por falta de instrução aos funcionários, o sistema continua o mesmo, não adianta abrir portas se não tem funcionário capacitado para exercer a função. Hoje é comum ir ao cartório e ser recebido por um estagiário que às vezes é seu primeiro dia de trabalho. Os advogados ficam de mãos atadas, preso por uma burocracia, rezando que alguém CAPACITADO encontre seu processo e dá andamento., sem falar nas partes que estão litigando o processo, a demora  da resposta judicial as vezes os fazem desistir da demanda, deixando o advogado a ver navios.

A justiça brasileira devia ser mais rápida, já que para o advogado e as partes existe prazo fixo para entrar com recurso, os cartórios e juízes também deviam ter um prazo fixado para começo e fim de um processo.
Reportagem é da Folha de S.Paulo - O lavrador Valmir Romário de Almeida, de 42 anos, passou quase 11 anos preso no Espírito Santo sem nunca ter sido julgado. O lavrador só saiu da prisão, quando um assessor jurídico recém-nomeado para o presídio em que ele estava, debruçou-se sobre uma pilha de casos e ficou sensibilizado. Em dez dias, conseguiu libertá-lo. Embora seja considerado recorde no país, o caso de Valmir não é único.
Quem for preso e não tiver um bom defensor, ficará a mercê da sorte, parecendo  que não existe processo tramitando em nenhum lugar.
O  sistema eletrônico judicial do nosso país é outro item que  fica a desejar, as vezes fica fora do ar por horas, e nisso trava todo o andamento do processo. O advogado que sai do seu escritório por não conseguir juntar algum documento em seu processo, vai até ao cartório obter ajuda, às vezes fica aborrecido e nervoso, por tomar um NÂO na cara.
Quando trabalhei no cartório como estagiária percebi que o judiciário não trabalha para o povo, trabalha para o seu próprio “EU”, a prepotência, e arrogância de alguns trabalhadores do judiciário deixa explícito que quem manda é eles, e o povo obedece.
O pior é saber que a justiça é injusta até para aqueles que nela trabalham, duro é saber que as pessoas ficam entrelaçadas por tantas burocracias, leis que dominam nosso país, que poucos  sabem interpretá-las.
Por horas, até mesmo o juiz tem que sentenciar, sem a sua própria convicção, baseado em princípios e doutrinas que afogam a realidade atual do caso.
A justiça é tão importante para um país, que se a justiça é ruim o país fica prejudicado, seus habitantes adoecem, tornando um povo fraco e violento. Porque o alimento trás saúde, mas a fome desespero, e isso gera violência.
Deixo aqui as palavras do advogado e procurador de justiça Dr. Nelson Nery Jr., quando perguntaram para ele Qual a sua opinião sobre o projeto do novo Código de Processo Civil (CPC)? “Eu não elogio aquilo que não pode ser elogiado e também não faço crítica gratuita só por criticar. Se você tiver um projeto que melhore a lei brasileira, ninguém pode ser contra. Eu não sou contra a melhora da lei brasileira e nem posso ser. Leis são obras humanas e, se elas contêm equívocos, o direito precisa acompanhar as mudanças que ocorrem no mundo, e as mudanças para melhorar são bem-vindas”,  (http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/justica-direito/entrevistas/o-cpc-atual-e-espetacularmente-bom-94dsawt608e3kkmlpcvk43rri).